segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Caio Fernando Abreu.

- O ridículo é que só no chão você percebe que caiu.

- Não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda.

- Mesmo sem compreender, quero continuar aqui onde está constantemente amanhecendo.

- Queríamos ser épicos heróicos românticos descabelados suicidas, porque era duro lá fora fingir que éramos pessoas como as outras.

- Aos caminhos eu entrego o nosso encontro...

- Repito sempre: sossega, sossega - o amor não é para o teu bico.

- Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana, mas o que eu tinha era seu.

- Tô bem assim, bem indiferente. O coração, um cactus. Não me importo mais.

- Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar.

- Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim.

- Tenho dias alegres mesmo quietinhos.

- E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida...

- Como seria bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada.

- Eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém.

- Eu sentia profunda falta de alguma coisa que não sabia o que era. Sabia só que doía, doía. Sem remédio. Existe sempre alguma coisa ausente.

01:39h

A gente escuta Bob Dylan pra ir mais fundo nessa coisa de melancolia porque as vezes ser humano dói e é preciso deixar que as lágrimas caiam com honra, sem precisar de nenhuma mão pra secá-las. Eu já estive aqui antes e do pouco que sei sobre meu espelho entendo que as pessoas não estão preparadas para encarar as minhas crises e meus motivos e isso me torna mais íntima da solidão. Acontece que por um segundo eu desmoronei e procurei algo que fizesse sentido, mas esse relance de fragilidade foi esmagador, como o peso daquilo que está sempre ausente e pesa como se existisse. Me falta o ar e os ponteiros do relógio na cozinha são tudo o que eu sei sobre o tempo que marca a espera frustrante de alguém que não vem.